




será que bucci deseja um prédio que decole, uma casa navio passarola? a casa de ubatuba é uma fantasia aérea:



vejo sempre um delírio ascencional, massas de cimento na mão de um prestidigitador; e até agora não falei dos espaços, da jogatina com a visão de quem cruza as portas, ou de quem apenas imagina o que é estar dentro de uma obra sua; sinto e vejo, apesar de nunca ter sentado nas casas de carapicuíba ou santa teresa:




no ensaio "pedra e arvoredo" (http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.041/644), bucci fala sobre o desejo de expor o processo de construção das obras, do prazer de saber o que existe dentro delas, de imaginá-las sempre inacabadas, sempre em movimento. fala também do drama da ocupação de são paulo, dos rios soterrados cravejados de lixos, e traça um paralelo com a história de cidades submergidas, cujas pedras emitem hoje reflexos, bolhas, mistério.
subverter a natureza da pedra, torná-la trem, madeira, estrutura metálica, gruta atravessada por rio, parque, cubo de treva, conversa entre praça, rua e elevador, ou se tornar escritura (quiçá um poema) - o que será a criação desse arquiteto?
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